segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Visita às cervejarias Guinness em Dublin e Carlsberg em Copenhague

        O gosto por visitar fábricas nasceu quando era pequeno, quando fui com a escola em uma excursão para fábrica da Nestlé em Caçapava. Todo joseense já fez essa visita pelo menos uma vez na vida. É muito legal ver todo aquele maquinário trabalhando e no final poder experimentar o produto acabado. 
        A visita à Guinness aparece como obrigatória em todo guia turístico sobre a Irlanda. A Guinness já é mais que uma cervejaria hoje em dia. Sua marca é sinônimo de Irlanda, pub, livro dos recordes e, claro, rugby. Lembro de quando experimentei pela primeira vez a cerveja no pub irlandês O'Malley's, em São Paulo, justamente na confraternização do rugby da FFLCH. Nós que estamos acostumados a cervejas mais leves para o calor temos a tendência de não gostar no primeiro gole, mas logo entendemos o motivo pelo qual é considerada uma das melhores cervejas do mundo. Como é difícil encontrar o chopp Guinnes no Brasil, é bom não perder a oportunidade de beber na Irlanda. Quando fui pra lá, o projeto era beber uma Guinness por dia. Como todas que você pede vêm num "pint" com 568ml, beber mais que uma é arriscar ficar bêbado e depois não encontrar banheiros públicos durante os passeios turísticos.
        Para chegar à cervejaria é preciso pegar um ônibus no centro e depois caminhar um pouco. O bom é que já dá para ir tirando fotos dos famosos portões da St. James's Gate Brewery, como é conhecida a fábrica da Guinness. O bairro é bem industrial e tem aquele cinza da Irlanda bem presente. Legal de passar por ali é poder ver os caminhões cheios de barris de cerveja deixando a fábrica. A entrada não é gratuita, lembro de ter pago uns 13 euros, mas dá direito a um pint de Guinness no final da visita. Para minha decepção e da maioria dos turistas, a visita não é bem à fábrica, mas ao museu da Guinness. Não se vê uma só cerveja sendo produzida. Durante o passeio, você conhece todo o processo de produção, mas só teoricamente. Grande parte do acervo é feito de memorabilia da cerveja: pôsters, peças publicitárias, garrafas antigas, objetos decorativos e coisas do gênero. Isso tudo é muito legal, mas cansa rápido. O ideal é não se alongar muito para poder aproveitar os dois pontos altos do passeio: a loja e o bar. A loja é uma coleção imensa de produtos Guinness, desde chaveiro até roupas, tacos de golfe, imã de geladeira, latas de cerveja, camisas de rugby, etc..É bom ir com tempo para poder olhar tudo. Sempre há dúvida se vale a pena pagar para fazer propaganda da cerveja, mas eles têm utensílios bem legais.

 
 A melhor parte da visita é, sem dúvida, o bar, onde se pode tomar uma Guinness direto da fonte. Não sei se é porque vem direto da fábrica ou se todo aquele mundo de propaganda me influenciou, mas foi certamente o melhor copo de cerveja que já tomei. A minha cara na foto não me deixa mentir. Como cada um só tem direito a um pint, a dica é levar uma namorada que não gosta de cerveja, como eu fiz. Outro atrativo do bar é que ele fica num dos pontos mais altos da cidade e por isso tem uma ótima vista para Dublin e para toda a fábrica da cerveja.

Vista do bar da Guinness
        Apesar da decepção de não poder ver a cerveja sendo feita, achei que valeu muito a pena a visita. Beber a Guinness direto da fábrica foi sensacional. Se você não sabe se compensa gastar seu precioso tempo visitando uma cervejaria, talvez queira saber que em 2011 a Guinness foi visitada por Barak Obama e pela Rainha da Inglaterra.

Obama na Guinness

Barris de mentira no museu

Projeto uma Guinness por dia em Belfast

A Guinness do dia no Temple Bar de Dublin

A Guinness do dia no Crown Bar Liquor Saloon de Belfast

    Depois da experiência da Guinness ficamos em dúvida se valia a pena fazer a visita à cervejaria Carlsberg, quando fomos para Copenhague. Buscando referências no Google, deu pra ver que o pessoal tinha a mesma reclamação quanto à Guinness. O museu não passa de uma coleção de artigos da Carlsberg, por meio dos quais é contada a historia da cervejaria.  Apesar de ficar no mesmo lugar que a fábrica, novamente não vimos nenhuma cerveja ser produzida. Aliás, encontrar a entrada do museu no meio da fábrica não foi nada fácil. Parece que receber visitas não é muito a preocupação da cervejaria.
      O acesso também não é gratuito, mas dá direito a dois copões de cerveja, podendo escolher entre 4 tipos diferentes de Carlsber ou Tuborg. Como a bebida é cara na Dinamarca, até que a entrada do museu virou um bom negócio.
Pátio da cervejaria, de onde partem as carroças com cerveja.
     A historia da Carlsberg é bem legal. Nascida como uma empresa familiar, ela tornou-se uma das maiores cervejarias do mundo. Interessante que no começo ela usava como símbolo a suástica, mas teve que abandoná-la depois que Hitler a usou com outro significado. Até hoje o símbolo está presente na cervejaria, como se pode ver no portão dos elefantes da fábrica.
       No museu encontra-se a maior coleção de garrafas de cerveja do mundo. É realmente impressionante a quantidade e diversidade de cervejas. Outra parte interessante da visita são os cavalos da raça Jutland, utilizados historicamente pela Carlsberg como animais de tração para a distribuição das cervejas. Há cocheiras em que se pode alimentar os cavalos e observar a saída de carroças para distribuir cerveja à moda antiga. Depois, vale a pena dar uma andada pela fábrica até encontrar o famoso portão dos elefantes. Há também uma lojinha, em nada comparável à da Guinness. Há artigos interessantes, mas os preços são escandinavos.
        O ponto alto da visita é, claro, a degustação. Novamente a dica é ter uma namorada que não bebe, apesar de que as fichas de cerveja também valem para refrigerante. Do lado de fora fica um barzinho simples, mas bem agradável. Não lembro quais escolhi, mas as três eram muito boas e fizeram valer a visita. Como resolvemos ir à cervejaria ao modo dinamarquês, de bicicleta, a volta ao centro foi um capítulo à parte. Ainda bem que não existe bafômetro ciclístico.
Explicação sobre o significado da suástica.

Antigo modo de destribuição de cerveja.

O incrível portão dos elefantes. Repare na suástica do elefante da esquerda.
Quantidade de garrafas da coleção.
  
      

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